terça-feira, 22 de abril de 2014

cultura relevante

CULTURA RELEVANTE - LUCAS 22.39-53

Como de costume, Jesus foi para o monte das Oliveiras, e os seus discípulos o seguiram.
Chegando ao lugar, ele lhes disse: "Orem para que vocês não caiam em tentação".
Ele se afastou deles a uma pequena distância, ajoelhou-se e começou a orar:
"Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua".
Apareceu-lhe então um anjo do céu que o fortalecia.
Estando angustiado, ele orou ainda mais intensamente; e o seu suor era como gotas de sangue que caíam no chão.
Quando se levantou da oração e voltou aos discípulos, encontrou-os dormindo, dominados pela tristeza.
"Por que estão dormindo? ", perguntou-lhes. "Levantem-se e orem para que vocês não caiam em tentação! "
Enquanto ele ainda falava, apareceu uma multidão conduzida por Judas, um dos Doze. Este se aproximou de Jesus para saudá-lo com um beijo.
Mas Jesus lhe perguntou: "Judas, com um beijo você está traindo o Filho do homem? "
Ao verem o que ia acontecer, os que estavam com Jesus lhe disseram: "Senhor, atacaremos com espadas? "
E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita.
Jesus, porém, respondeu: "Basta! " E tocando na orelha do homem, ele o curou.
Então Jesus disse aos chefes dos sacerdotes, aos oficiais da guarda do templo e aos líderes religiosos que tinham vindo procurá-lo: "Estou eu chefiando alguma rebelião, para que vocês tenham vindo com espadas e varas?
Todos os dias eu estava com vocês no templo e vocês não levantaram a mão contra mim. Mas esta é a hora de vocês — quando as trevas reinam". Lucas 22.39-53




A essa época, geralmente no sábado é comum em muitas cidades brasileiras o evento que chamam de malhação do Judas. É um evento onde se faz um boneco, geralmente com serragem por dentro, algumas pessoas ainda colocam máscaras de políticos ou técnicos de futebol e ateiam fogo, ou batem com pedaços de pau, externando a raiva por Judas ter traído Jesus Cristo com seu beijo falso. Na cidade de Itu em SP, além do boneco ser gigante, eles apelam um pouco mais: estouram com dinamite.

A figura de Judas Iscariotes, um dos discípulos chamados por Jesus é singular na Bíblia, por isso é tão conhecida. De dentro dos amados discípulos de Cristo, um grupo altamente unido e que vivenciou feitos maravilhosos do mestre como cura de coxos, cegos, aleijados, leprosos, transformação da água em vinho, multiplicação de pães e peixes sairia aquele que iria literalmente vender a honra e os feitos do Salvador. O dinheiro compra quase tudo, menos a eternidade.

Existe uma exortação de Paulo para que nos saudemos com ósculo santo (Romanos 16.16): um beijo fraternal. Ele saudava assim os discípulos e a todos os irmãos. Mas este beijo não tinha nada de santo, havia uma boa quantia em dinheiro motivando a ação, que por sua vez era motivada pelo ódio religioso.
Mas a reação de Cristo Jesus frente ao extremismo religioso, à traição, à ganancia e à falta de visão é tremendamente inspiradora. Todos erraram inclusive os discípulos, quando Pedro fere um dos soldados, chamado Malco, com a espada. Jesus cura-o. Ele era apenas um coadjuvante no processo. Mas como os discípulos não oravam como Jesus havia pedido, não compreendiam a realidade espiritual que estava ocorrendo.

O único que era capaz de enxergar o que de fato estava ocorrendo era o Cristo de Deus. Precisamos viver nossa vida achegando-nos cada dia mais perto de Cristo, pois ele sabe a essência da motivação de todos os corações, inclusive o nosso.

Para compreender as realidades espirituais que nos cercam precisamos andar com a mente de Cristo. Quem são as pessoas que anseiam andar com a mente de Cristo?

PESSOAS QUE ORAM (v.39)

O Senhor pede aos seus discípulos que se mantenham em oração para não cair em tentação. Tentação é o ato de se envolver pelo reino das trevas. Essa palavra sempre está relacionada a algo ligado ao pecado.

MICHAELIS - ten.ta.ção 
sf (lat tentatione) 1 Ato ou efeito de tentar. 2 Impulso íntimo dirigido para o pecado, originado dos instintos inferiores ou da malignidade do tentador. 3 Apetite ou desejo violento. 4 Rel Indução para o mal, por sugestões do diabo ou da sensualidade. 5 Pessoa ou coisa que tenta. sm pop O diabo. T. de Jesus:tentação tripla, de gula, orgulho e idolatria, a que se sujeitou Jesus no deserto, para mostrar sua condição humana; narrada no Evangelho (Mateus, 4, 3-11;Lucas, 4, 3-13).

Tentação tem haver com a perda da razão pelo impulso. Você fazendo algo que não gostaria, ou sabe que é errado. A oração evitará que você ceda à tentação.
O texto narra que Jesus orava no monte e os anjos serviam a ele, neste momento difícil. Pessoas que não oram, não encontram o favor de Deus. Os discípulos não oraram e cederam à tentação. O texto não diz que os anjos serviam os discípulos, apenas a Jesus que orava intensamente.

Sabemos muito pouco sobre Jabez, mas o que sabemos é gratificante: Deus o atendeu, porque orava.
Jabez orou ao Deus de Israel: "Ah, abençoa-me e aumenta as minhas terras! Que a tua mão esteja comigo, guardando-me de males e livrando-me de dores". E Deus atendeu ao seu pedido. 1 Crônicas 4:10

PESSOAS ÍNTEGRAS

Judas usou a mesma saudação que Jesus frequentemente usava para saudar os seus discípulos. Desta vez para traí-lo. Era para ser uma demonstração de afeto e muito respeito o ósculo santo. Só que Judas profanava o sagrado, pervertia a fraternidade. Pessoas que andam com a mente de Cristo temem o Sagrado, amam a fraternidade e nada suplanta a reciprocidade. Elas tem compromisso ético com os que as cercam. Judas não traiu apenas Jesus, mas colocou em risco a vida dos apóstolos também. A ganância faz isso com pessoas que não andam sob a mente de Cristo. Negociam o que não existe valor de mercado: vidas humanas.
Jesus Cristo percebe bem o que ocorre e vaticina que os presentes ali estão sob domínio das trevas (v.53).
O fato de Judas ter se matado após perceber o tamanho da gravidade da situação que ele gerou nos mostra o fim dos propósitos malignos. Matar, roubar e destruir.
Ele tenta devolver as 30 moedas de prata que ganhou como prêmio por entregar Jesus Cristo, mas não consegue, então se enforca. O tamanho da cegueira era tanto que ele não percebe que já estava perdoado por Cristo, pois como dizia: “é necessário que assim aconteça”. Se ele estivesse esperado na promessa de ressurreição ao 3° e se ajustado com Cristo, como Pedro também fez, estaria tudo bem. Mas pessoas sem a mente de Cristo não conseguem desfrutar da paz do salmista: Espero no Senhor com todo o meu ser, e na sua palavra ponho a minha esperança. Salmos 130:5

PESSOAS QUE PERSEVERAM

Deus tem propósitos para a sua vida. Jesus Cristo não morreu em vão ele espera que você dê frutos de justiça em um mundo pecaminoso.
Temos a tendência de pensar que somos falhos e que jamais conseguiremos andar sob a mente de Cristo, viver seu caráter, mas perseveremos em buscar.
Pedro, Tiago e João quase entraram em batalha contra os soldados romanos e certamente perderiam. Mas assistiram ao terror da cruz esperando pelo 3° dia, quando Cristo prometeu ressuscitar. Não foram frustrados. Caminharam ainda mais 40 dias com o Mestre, recebendo as últimas instruções sob como a Igreja seria bendita e esplêndida. Deu a eles autoridade para representa-lo em todas as ruas e valados por onde passassem e prometeu que estaria com eles todos os dias ajudando-os à fazer discípulos.
A história da Cruz é um marco da humanidade e ela os impele perseverar na busca pelo viver de Cristo. A cultura da cruz pode ser algo histórico, como os causos gauchescos da fronteira que se contam em roda de chimarrão. Pode ser uma cultura de oca de queimar bonecos após comer bastante peixe em um feirado nacional.
Mas Deus espera que o fato ocorrido na história da humanidade, quando Cristo ressurreto levantou do sepulcro e se colocou à destra do Pai faça pulsar em nós o desejo de fazer discípulos, ensinando a guardar seus mandamentos, externar sua santidade e zelar pela Igreja santa, imaculada e gloriosa que irá encontrar-se em breve com Ele nas nuvens. Existe uma santa expectativa sobre a minha e a sua fé nas regiões celestiais, “ninguém serve a dois reinos”. Que possamos fazer com que o reino de Deus influencie o ambiente onde estivermos.
Jesus termina o texto dizendo: “esta é a hora de vocês, quando as trevas reinam” (v.53). Ele coloca o reino de Satanás como limitado ao tempo e espaço.

Ele sabe que a Eternidade pertence somente ao Reino de Deus.

O bem sempre vence. Jesus Cristo sai glorificado novamente e Satanás envergonhado.
Somos feitos para a vitória e para a Glória! Se ainda não deu certo é porque não chegou o final! Creia nisso.

Aquele que lê e conhece a Bíblia sabe que nosso destino é a Glória eterna. Cultura é aquilo que é cultivado no íntimo. Viva sob essa cultura extremamente relevante!

lições da cruz

LIÇÕES DA CRUZ
ENTREGO MEU ESPÍRITO

Para uns, era um espetáculo. Em Jerusalém não tinha circo com gladiadores, mas tinha crucificações no monte Crânio.
Para outros, era a esperança morta, era o fim da linha, era o Reino de Deus frustrado, era o Messias que não se confirmou.
Para a sua mãe, era o filho bom que injustamente perdia.
Alheio ao que se passava, Jesus agonizava.
Ele estava ali havia várias horas. A cruz não se podia ver, senão a silhueta colorida do sangue escorrido do sacrificado. Dor já não sentia porque lhe acabara toda a força. A morte era uma questão de minutos.
Os soldados esperavam a hora para terminar o seu trabalho e ir para casa quando o corneteiro tocasse a buzina, à ordem do centurião.
O público só sairia quando o sábado começasse, naquele ano perto de seis e quinze da tarde da sexta-feira,
Dos familiares de Jesus, só a mãe testemunhou aqueles momentos. Os irmãos e sobrinhos ficaram na Galileia. Maria estava bem acompanhada dos discípulos próximos e de pessoas que começavam uma nova vida naquele cenário de mortes. Um deles era Estêvão.
Estêvão era um moço forte. Aos 29 anos, ganhava a vida como advogado em Jerusalém. Tinha fama de bom orador.
Estava, na verdade, começando a carreira, depois dos estudos em Roma, onde fora recebido por seus amigos judeus. A vida de um advogado em Jerusalém não era fácil, com dois sistemas legais funcionando. A lei de Israel vigorava para os judeus e a lei romana para todos.
No seu ofício, conheceu Simão de Cirene. O homem tinha negócios em Israel, mas todas as vezes que enviava suas mercadorias enfrentava dificuldades. Ele não pagava e não queria pagar propinas e, por isto, procurou um advogado. Eles gostavam de filosofia e Simão, embora fosse produtor agrícola, gostava de falar da ética ensinado pelo filósofo patrício Aristipo de Cirene, discípulo de Sócrates. Conversavam também sobre como viviam os judeus no norte da África. Simeão lhe disse uma vez que gostaria de conhecer a sua cidade.
Os dois marcaram de se encontrar cedo perto do mercado. Não se encontraram porque, em seu caminho, o Cireneu foi obrigado pelos soldados do contubérnio da centúria de Lúcio Paulo a ajudar Jesus a levar a barra da cruz até o monte Crânio.
Estevão procurou por ele, depois, e subiu à sua procura.
Diante do que viu, esqueceu-se do cliente e se postou diante da cruz.
À cada palavra que ouvia de Jesus foi entendendo o que era o Evangelho e se tornou cristão naquele momento. Ele esperava o Messias e tinha certeza que o encontrara. Ouvira alguma coisa a respeito de que o Messias tinha chegado a Jerusalém, mas só o conheceu na morte.
Ele ouviu Jesus orar "Pai, perdoa-lhes" e se perguntou como aquele homem poderia perdoar seus algozes. Era coisa de Messias.
Quando Jesus prometeu ao ladrão o paraíso imediato, seu coração estremeceu: "Eu também quero".
Não conhecia João, mas teve inveja dele quando Jesus lhe deu a tarefa de cuidar da sua mãe.
Depois se perdeu em lágrimas. "Deus meu, Deus meu, porque me abandonaste!". Precisava saber mais. Aproximou-se de um homem que acompanhava atentamente a crucificação, que depois soube ser Tiago ben Zebedeu, e lhe perguntou o que aquilo significava. Tiago lhe explicou:
-- Você não sabe o salmo que começa com essas palavras?
-- Não.
-- Não conhece Isaías, o profeta que descreveu o sofrimento do nosso Messias?
-- Não.
-- Jesus foi abandonado pelo Aba porque todos os nossos pecados foram descarregados em cima dele. Ele morreu em nosso lugar. Como ele se tornou pecado -- ele que nunca pecou -- a comunhão foi interrompida.
Tiago chorou. Estêvão compreendeu. Decidiu ali dedicar toda a sua vida a Jesus e ser um discípulo dele e a defender os seus seguidores que logo seriam muitos.
Depois, ouviu pouco. Queria mesmo era cantar os poucos salmos que sabia, tão feliz estava por ter encontrado o Messias. Não podia.
Sem se preocupar com o que pensassem, o advogado se ajoelhou para agradecer. Foi quando ouviu a outra oração de Jesus:
-- Aba, nas tuas mãos entrego o meu espírito.
Estêvão se levantou. Estêvão entendeu. Jesus estava se despedindo. Estêvão também gostava de metáforas.

POST SCRIPTUM -- Estêvão se tornou mesmo um cristão. Acabou escolhido para ser um dos líderes da igreja que estava nascendo. Defendeu os cristãos. Tentou deter Saulo de Tarso nas investidas contra os primeiros seguidores de Jesus. Perdeu a vida num violento apedrejamento. Suas últimas palavras debaixo das pedras foram:
Senhor Jesus, recebe o meu espírito!
Estêvão gostava mesmo de metáforas.


Israel Belo de Azevedo

terça-feira, 8 de abril de 2014

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TEMPERAMENTOS TRANSFORMADOS - pt 2
Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará. Mateus 10.39

Quando nossa vida está sujeita ao poder e amor de Jesus Cristo, ele nos direciona, como bom pastor, por caminhos que nos fazem mudar a concepção sobre vida e o significado da nossa existência.
Falar sobre Deus é difícil, compreender a forma e existência deste Deus é um desafio para a nossa mente finita e limitada. Mas estudar a essência e a natureza deste Deus é algo totalmente viável e salutar. Compreender e identificar amor, paz, misericórdia, piedade, humildade, mansidão: a forma como Jesus viveu. Isso nós conseguimos captar.
Por isso a Bíblia é o livro mais vendido de todos os tempos. Pois revela as profundezas da essência e natureza divina.
Essa essência, ele deseja que se desenvolva em nós. Por isso Seu Espírito Santo precisa fazer uma obra de regeneração, uma obra redentora em nossos temperamentos, para que nossos defeitos, assim como virtudes, sejam transformados, a fim de que nossas vidas glorifiquem Jesus Cristo.



Hoje vamos estudar dois temperamentos que foram externados por homens da Bíblia. O melancólico e o fleumático.

MOISÉS, O MELANCÓLICO

Um dos mais ricos temperamentos é o melancólico. Cada um tem a sua beleza peculiar, mas o melancólico possui uma mente privilegiada e uma tremenda capacidade de experimentar toda gama de emoções. O maior perigo está em se entregar a pensamentos negativos que exagerem suas tendências pessimistas.
Alguns dos maiores gênios do mundo foram melancólicos superdotados, que desperdiçaram seus talentos em crises de angústia profunda, tornando-se apáticos e pouco produtivos.
Isso jamais deveria ocorrer a um cristão, por possuir nele uma fonte de poder que transforma seu viver.
O segredo da motivação encontra-se em nosso processo de pensamentos, e a chave para o padrão adequado é uma vida cheia do Espírito Santo.

O MELANCÓLICO – talentoso, perfeccionista por natureza, muito sensível e apreciador das belas artes, analítico, abnegado e amigo leal. Em geral não é extrovertido e raras vezes se impõe. Tende a ser genioso, crítico, pessimista e egocêntrico. Gerou grandes artistas, compositores, filósofos, inventores e teóricos do mundo foram, em sua maioria, melancólicos.
O melancólico Moisés nos fornece excelente material para um estudo analítico dos temperamentos porque as Escrituras nos dão muitas informações a seu respeito.
O fato de que Moisés habitou a terra antes do Pentecostes, nos fazem lembrar que o Espírito Santo de Deus não estava agindo como age hoje no meio da igreja. Era uma outra aliança de Deus com seu povo.
Um fato que é importante destacar também é que é fácil identificar os períodos do melancólico motivados pela carne, seus defeitos. Por outro lado seus períodos de brilhantismo nos passam a impressão de ser obra do Espírito Santo, quando não são. Esse é um temperamento que devemos analisar ao longo de um período para vermos frutos da transformação divina.
O grande líder de Israel ilustra com clareza a diferença que o poder de Deus exerce na vida de um homem. Depois de passar 40 anos sendo educado com toda a instrução egípcia, ele passou 40 anos pastoreando ovelhas em um deserto distante. Com 80 aos ouviu o chamado de Deus na sarça ardente e durante os 40 anos seguintes foi um dos maiores líderes da história do mundo. Moisés começou a ser este líder potencial quando encontrou com Deus e foi transformado por Ele.

TALENTOSO

Os dotes e talentos inerentes a Moisés são evidentes em toda a narrativa bíblica. Em Atos 7, Estêvão, o primeiro mártir do cristianismo, nos informa que Moisés “foi educado em toda a sabedoria dos egípcios e veio a ser poderoso em palavras e obras” (v.22).
Embora tendo sido educado no Egito, centro cultural da época, ele não foi influenciado com toda a superstição daquele povo. Não há evidências disso em seus escritos, o que atesta sua capacidade.
Seus escritos são brilhantes e provavelmente os mais notáveis do Antigo Testamento. Os melancólicos tem capacidade grande para desempenhar papéis dramáticos e a figura de Moisés diante de Faraó sem demonstrar nenhuma emoção, convencendo o rei obstinado a libertar o povo de Israel após dez milagrosas pragas, nos mostram isso.
A habilidade de Moisés em conduzir aproximadamente 3 milhões de pessoas, pelo deserto, controlando-as como juiz, profeta e mediador em relação a Deus, reflete sua natureza excepcionalmente bem dotada.

ABNEGADO

Um dos marcos característicos do temperamento está no desejo de sacrificar-se. Os indivíduos muito melancólicos encontram dificuldades em aproveitar o conforto e o sucesso sem sentir algum complexo de culpa.
Sabemos muito pouco dos detalhes da adoção de Moisés pela filha de Faraó e posterior identificação com o seu próprio povo.
Pela fé Moisés, recém-nascido, foi escondido durante três meses por seus pais, pois estes viram que ele não era uma criança comum, e não temeram o decreto do rei.
Pela fé Moisés, já adulto, recusou ser chamado filho da filha do faraó,
preferindo ser maltratado com o povo de Deus a desfrutar os prazeres do pecado durante algum tempo.
Por amor de Cristo, considerou a desonra riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque contemplava a sua recompensa.
Pela fé saiu do Egito, não temendo a ira do rei, e perseverou, porque via aquele que é invisível.
Hebreus 11:23-27

Os historiadores judaicos relatam, pela tradição, que Moisés foi primeiro ministro do Egito, tendo como autoridade acima de si o próprio Faraó. Mas escolheu “Ser maltratado com o povo de Deus”. Uma decisão altamente abnegada.

COMPLEXO DE INFERIORIDADE

Embora os talentos inatos do melancólico sejam provavelmente maiores do que os dos demais temperamentos, eles são muitas vezes negligenciados devido a um excesso de sentimento de inferioridade.
Como são perfeccionistas, é raro se satisfazerem tanto com as próprias realizações quanto com as alheias, porque seus altos padrões de perfeição são difíceis de atingir. Ele sempre se lembrará mais dos seus erros do que dos acertos.
Eles reagem muito mal à críticas – tanto as suas como as externas -  e isso os deixa travados frente à tarefa a ser executada. As desculpas que ele deu Deus para não ir libertar o povo de Israel são um exemplo disso.
1.       Não tenho nenhum talento - "Quem sou eu para apresentar-me ao faraó e tirar os israelitas do Egito? " Êxodo 3:11 – Deus reponde: “Eu serei contigo”.
2.       Não conheço teologia - "Quando eu chegar diante dos israelitas e lhes disser: O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês, e eles me perguntarem: ‘Qual é o nome dele? ’ Que lhes direi? " Êxodo 3:13
Muitos da terra de Gósen haviam sido criados nos princípios do Deus eterno. Ele no Egito. A desculpa de não conhecer teologia não pode nos afastar da tarefa de proclamar o Evangelho. Muitos tem medo de que algum cético lhes faça uma pergunta filosófica ou teológica difícil e por isso desistem. Devemos confiar na Palavra: “não se preocupem quanto ao que dizer, ou como dizer. Naquela hora lhes será dado o que dizer, pois não serão vocês que estarão falando, mas o Espírito do Pai de vocês falará por intermédio de vocês. Mateus 10:19-20
3.       Ninguém acreditará em mim - Moisés respondeu: "E se eles não acreditarem em mim nem quiserem me ouvir e disserem: ‘O Senhor não lhe apareceu’? " Êxodo 4:1
O complexo de inferioridade de Moisés é tão grande que ele desconsidera a promessa que Deus já havia feito: “As autoridades de Israel o atenderão” Êxodo 3.18.
Devemos ter menos medo de sermos fracassados em favor de Cristo. Deixar de tentar um ministério, de testemunhar porque um dia nos entristeceram é pensar mais em nós do que em Cristo. Isso é auto piedade e egoísmo.
4.       Não posso falar em público – a quarta desculpa é frequentemente usada pelos crentes hoje: -não posso falar em público.  Deus pergunta: “Quem deu boca ao homem?”.
5.       Não quero ir - Respondeu-lhe, porém, Moisés: "Ah Senhor! Peço-te que envies outra pessoa".
Êxodo 4:13
A última desculpa de Moisés deixou Deus bravo. Mesmo a promessa de Deus que estaria com ele, daria poder para representa-lo não conseguiu dobrar este melancólico. Só quando Deus prometeu um assistente ele aceitou.
Podemos citar ainda a ira de Moisés quebrando as tábuas da Lei ao descer do monte e ver o povo em festas pagãs imorais. Quando o povo reclama de falta d’água frutas e mantimentos o Senhor manda Moisés falar à Rocha e ele bate com o cajado na rocha externando grande ira. Esse episódio de Números 20, os faz perder a chance de entrar em Canaã.

O PERFECCIONISMO DE MOISÉS

Como melancólico Moisés era perfeccionista. O Senhor havia dado a Moisés os meticulosos detalhes de suas leis: a lei cerimonial, a lei administrativa e a instrução do sacerdócio. Ofereceu ainda as medidas específicas e o material a ser usado na construção do tabernáculo, o centro de adoração dos israelitas por centenas de anos. O padrão divino de justiça era tão grande que só um melancólico temente a Deus poderia ser instrumento para tal tarefa.
O resultado deste perfeccionismo se mostra no fato dele ter dificuldade de delegar autoridade e tarefas.
Êxodo 18 narra a história de quando seu sogro Jetro foi visitar Moisés e viu este trabalhando dia e noite atendendo a todos os que chegavam. Então aconselhou ele a dividir tarefas senão iria se esgotar (18.17-18).
Moisés seguiu este conselho e acabou melhorando muito sua performance.

A LEALDADE DE MOISÉS

Um dos traços mais admiráveis do melancólico é sua lealdade e fidelidade. Embora não lhe seja fácil fazer amigos, é intensamente leal àqueles que adquire. Essa característica o torna devotado a Deus cheio do Espírito Santo.
Quando Moisés entregou-se por completo ao plano de Deus deixou de ser inseguro, desconfiado, pessimista, impulsivo e deprimido. Antes passou a representar a imagem de um pai responsável para o povo que aceitou sua liderança.
Durante os quarenta anos de ministério Moisés cresceu em intimidade com o Senhor. Quando precisou que o mar se abrisse orou a Deus. Quando tiveram fome orou a Deus e o maná veio. Quando precisaram de água ela brotou da rocha. Acabou por pedir a Deus que lhe mostrasse sua glória uma intimidade que poucos tiveram com Deus. Ele falava face a face com Deus.
A beleza da Bíblia também está nisso: mostra o fracasso e sucesso dos heróis, porque como se diz: “assim é”. Deus não usa homens perfeitos, porque não existem. Mas emprega homens que confiam nele.

ABRAÃO, O FLEUMÁTICO

As pessoas de mais fácil convivência são as fleumáticas. A natureza calma e sossegada as torna benquistas por todos. A agudeza de espírito e o senso de humor fazem de sua presença um prazer. Os fleumáticos se enquadram bem no título “Sr. Simpatia”.
Além de o fleumático ser calmo e acessível, é também agradável e, portanto, trabalha muito bem em equipe. É eficiente, conservador, digno de confiança, espirituoso e tem a mente sempre voltada para o lado prático das coisas. Por ser um tanto introvertido, seus defeitos, assim como suas qualidades, não são tão perceptíveis quanto os dos temperamentos mais expressivos. Mas as fraquezas existem e a maior delas é a falta de motivação. Tem a capacidade de olhar a vida como mero espectador, evitando a todo o custo se envolver com as coisas. São bons diplomatas por serem pacificadores por natureza. São bons professores, médicos, cientistas, humoristas, escritores e editores de livros e revistas. Quando motivados externamente podem tornar-se líderes muito capazes.
Essa falta de motivação às vezes pode ser uma forma de proteger-se. Assim como o melancólico, o fleumático tem muito medo dos outros assistirem seu naufrágio, por isso são capazes de passar avida dizendo: “Há tantos que podem fazer um trabalho melhor do que eu”. Isso pode ser uma forma de egoísmo.
Porém um fleumático entregue ao Espírito Santo de Deus poderá render muitos frutos lembrando sempre da Palavra: “Assim também vós considerai-vos certamente mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.
Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;
Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. Romanos 6:11-13

Abraão jamais teria sido o grande homem que foi sem o poder transformador de Deus sobre sua vida. Sempre que andava na dependência do Senhor era uma benção, mas quando entristecia o Senhor por intermédio do medo e da dúvida, fracassava por completo.

CAUTELOSO

A hesitação, a indecisão e o medo naturais ao fleumático são vistos em Abraão na primeira vez em que aparece na Bíblia. Ele morava em Ur dos Caldeus, pouco depois dos dias de Nimrode e da destruição da torre de Babel. As pesquisas arqueológicas indicam que Ur dos Caldeus era bem desenvolvida como a Babilônia nos dias de Nabucodonosor, mil anos mais tarde. Era muito influenciada pela religião idólatra da Babilônia, iniciada por Nimrode e sua mãe Semíramis.
Essa cidade pervertida, situada no “berço da civilização”, não era lugar para um jovem casal que Deus selecionara para serem ancestrais de seu povo. Por isso Deus disse a Abraão: “Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei”. Gênesis 12:1

Mas Abrão dependia tanto de seus pais e parentes que em vez de obedecer inteiramente a ordem de Deus, parou em Harã com a família. Só obedeceu por completo depois que Terá seu pai faleceu e o Senhor lhe falou novamente, mesmo assim levou a Ló seu sobrinho.

O medo impede o fleumático de navegar mares desconhecidos e Ló parecia ser uma espécie de muleta para o temeroso Abraão caminhar em direção àquela terra que o Senhor o tinha prometido. Ele será dinamicamente útil nas mãos do Senhor somente quando aprender a confiar somente em Deus.
As promessas de Deus feitas a Abrão em Gênesis 12.1-3 estão no tempo passado do verbo, indicando que já tinham sido feitas anteriormente e agora eram reiteradas.

PACÍFICO

Um dos traços mais admiráveis dos fleumáticos é seu amor à paz. Tendem a demonstrar serenidade e calma, transmitindo tais sentimentos aos que o rodeiam.
Essa serenidade fica clara em Abraão, quando seus pastores brigam com os de Ló. Eles brigavam disputando pastagens e fontes de água. Abrão ofereceu a Ló uma solução: Então Abrão disse a Ló: "Não haja desavença entre mim e você, ou entre os seus pastores e os meus; afinal somos irmãos!
Aí está a terra inteira diante de você. Vamos nos separar! Se você for para a esquerda, irei para a direita; se for para a direita, irei para a esquerda". Gênesis 13:8-9

Depois de se separar do seu protetor humano Deus estaria finalmente a sós com Abraão e isso lhe rende a escritura de Canaã:
E disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente;
Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre.
E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se alguém puder contar o pó da terra, também a tua descendência será contada.
Levanta-te, percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a ti a darei. Gênesis 13:14-17

LEAL

Sua atitude quando pressionado, revela a sua personalidade. A pressão não muda nosso caráter, apenas identifica sua verdadeira natureza. De todos os temperamentos o fleumático é o que suporta melhor a pressão. Gênesis 14 relata uma experiência que nos mostra a lealdade de Abraão. Pouco depois de Ló ter ido morar em Sodoma surgiu uma guerra entre os reis de Canaã. Quedorlaomer, Rei de Elão e outros reis conquistaram Sodoma e Gomorra e levaram muitos habitantes como escravos, inclusive Ló e sua família.
Quando Abrão ouviu que seu parente fora levado prisioneiro, mandou convocar os trezentos e dezoito homens treinados, nascidos em sua casa, e saiu em perseguição aos inimigos até Dã.
Atacou-os durante a noite em grupos, e assim os derrotou, perseguindo-os até Hobá, ao norte de Damasco.
Recuperou todos os bens e trouxe de volta seu parente Ló com tudo o que possuía, juntamente com as mulheres e o restante dos prisioneiros. Gênesis 14:14-16

Sua preocupação com entes queridos durante uma emergência é maior do que o amor pela segurança pessoal e proteção emocional.

PASSIVO

A inclinação natural do fleumático para a paz envolve uma tendência à passividade diante dos conflitos, a não ser quando se apresenta uma crise. Os homens fleumáticos, em virtude dessa atitude muitas vezes são dominados pelas esposas. Abraão por um tempo agiu dessa forma. Em Gênesis 16 vemos a grande influencia de Sarai sobre seu marido. Impaciente pela promessa de Deus de dar-lhes um filho que perpetuasse sua descendência, ela fez seu plano. Sugeriu que Abraão tivesse um filho com a serva egípcia. A passividade de Abraão resultou em um grande desastre pois criou um povo que está em constante guerra com o povo de Deus até hoje. A Bíblia diz: Abrão atendeu à proposta de Sarai. Gênesis 16:2
Para piorar, depois de engravidar Hagar passou a evitar Sarai e Abraão deu carta branca à Sarai para fazer o que quisesse com ela. Ela despediu a serva com o bebê. Ele amava Ismael seu filho, mas não conseguia resistir à esposa. Menos mal que a Bíblia narra que o anjo do Senhor foi atender Ismael e Hagar.
Nada se consegue pela acomodação. Se você tem uma dificuldade, defina ela.


A força da fé possuída por Abraão é dramaticamente transformada no sacrifício de seu filho Isaque, ordenado por Deus. No capítulo 22 de Gênesis Deus diz a Abraão para leva-lo ao monte Moriá. Quando Isaque pergunta sobre o cordeiro Abraão lhe diz: "Deus mesmo há de prover o cordeiro para o holocausto, meu filho" Gênesis 22:8

Deus provando Abraão ao estágio mais alto da fé, o da entrega total, o manda parar assim que o menino foi amarrado e ele ia desferir o golpe: Agora sei que você teme a Deus, porque não me negou seu filho, o seu único filho. Gênesis 22:12
Deus providenciou um carneiro como oferta substitutiva pela morte de Isaque, prefigurando a maneira como, muitas gerações mais tarde, Jesus Cristo seria a oferta pelos pecados de toda a humanidade.
Por causa dessa fé que se desenvolveu neste fleumático, foi parar na galeria dos homens da fé de hebreus 11.

O ANDAR TRANSFORMADO

O segredo do temperamento transformado está em deixar-se encher pelo Espírito Santo, não apenas de forma esporádica, mas de forma ininterrupta. A Palavra de Deus nos exorta: “Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne”. Gálatas 5:16

Peça perdão pelos seus pecados – 1 João 1.9
Submeta-se inteiramente à Deus – Romanos 6.11-13

"Deus não está tão interessado em mudar circunstâncias, como em transformar pessoas".

Adaptado de “Temperamentos transformados” – LAHAYE, Tim. Mundo Cristão. 2008