Deus abençoe sua Família.
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Amizade,
cumplicidade e santidade a dois...
Existe
um provérbio Bíblico que diz: “Um
verdadeiro amigo é mais chegado que um irmão” (NTLH).
Muitas
vezes um casamento começa como uma jornada entre dois amigos. Ele se desvia no
caminho quando esses amigos se tornam apenas sócios tentando pagar as contas,
ou pais tentando criar seus filhos, ou profissionais de saúde tentando cuidar
de seus pais, ou motoristas de taxi tentando conduzir seus familiares a
diversos compromissos, ou promotores de evento tentando organizar férias e
festas de aniversários, ou amantes tentando manter acessa a chama da paixão. É
de fato, muito importante trabalhar a amizade porque, no fim das contas, os
demais aspectos do casamento se encaixarão com maior suavidade e felicidade quando
você estiver ao lado de um amigo.
Acreditamos
que surge um olhar animador quando os casais se empenham em ser amigos
F-R-I-E-N-D-S [“amigos” em inglês] – fertilidade, reciprocidade, intimidade,
entretenimento, necessidade, devoção e santidade.
F
– FERTILIDADE
A
amizade com o cônjuge, como todo o resto, existe para glorificar a Deus e
servir ao seu Reino. Há um trecho de uma carta de amor do grande pregador
batista Charles Haddon Spurgeon para a sua esposa que ilustra muito bem esse
raciocínio: “Ninguém sabe o quanto sou
grato a Deus por você. Em tudo o que já fiz por ele, você tem uma grande
participação, pois ao me fazer tão feliz você me preparou para o serviço. Nem
um pingo de poder jamais foi perdido para a boa causa através de você. Servi ao
Senhor muito mais e nunca menos por seu amável companheirismo.”
A
instituição do casamento supõe um cônjuge e, muitas vezes, filhos. Mas o
objetivo, o centro e o propósito do casamento não e você, seu companheiro ou
seus filhos. O propósito absoluto do casamento e da família é a glória de Deus.
Apenas quando o casamento e a família existem para a glória de Deus – não para
servirem como ídolos substitutivos – é que podemos amar e ser amados de
verdade. Lembre-se: seus filhos e seu marido (ou sua esposa) não são o objeto
de seu louvor, mas apenas os seus companheiros de louvação.
Foi
o próprio Deus quem criou o casamento e ordenou que ele “rendesse frutos”. Isso
explica porque satanás não apareceu antes de Adão e Eva se casarem. O inimigo
odeia a fertilidade que resulta de um marido e uma mulher servindo juntos a
Deus. Em uma carta destinada a um casal recém-casado, o pastor, teólogo e
mártir Dietrich Bonhoeffer, preso em sua cela em uma prisão nazista, escreveu
sobre a glória de Deus como propósito absoluto do casamento:
Casamento é mais do que o amor de
um pelo outro. Há uma dignidade e um poder maior, pois é a sagrada ordenação de
Deus, por meio da qual ele quer perpetuar a raça humana até o fim dos tempos.
Em seu amor, vocês só vêem dois seres no mundo, mas, no casamento, vocês são um
elo na corrente de gerações que Deus cria e usa para perpetuar sua glória e
chamar para o seu Reino. Em seu amor, vocês só vêem o céu da própria
felicidade, mas no casamento, vocês são colocados em um posto de
responsabilidade para com o mundo e a humanidade. O amor de vocês é um bem próprio
e particular, mas no casamento é mais que algo pessoal – é um estado, um
ofício. Da mesma forma que a coroa, e não simplesmente a vontade de governar,
faz o rei, assim é o casamento, não é apenas o amor de vocês, um pelo outro,
que os une aos olhos de Deus e do homem.
Com
o casamento, assumimos um compromisso com Deus, com o parceiro, com o mundo e
com as gerações futuras. Mas somos pecadores. Marido e mulher precisam
reconhecer que, quando a Bíblia menciona os tolos, não está se referindo apenas
a outras pessoas, mas também a cada um de nós. Mesmo o mais sábio dos homens
tem seus momentos de tolice. É por isso que Deus nos dá um parceiro para servir
de sábio conselheiro para orar por nós e ao nosso lado, para freqüentar a
igreja conosco, para falar a verdade e trazer as Escrituras, juntamente com
bons livros e palestras virtuais, cursos e sermões para alimentar a fertilidade
em nossa vida.
A
vida é algo tão complexo, perigoso
estressante, que a Bíblia muitas vezes a compara com uma guerra que
travamos com o mundo à nossa volta, em que a carne tenta nos trair em favor do
inimigo. À luz dessa batalha, precisamos de uma sábia estratégia de guerra
projetada por uma equipe de conselheiros. Provérbios, o livro da sabedoria na
Bíblia, cita repetidas vezes a importância de se ter amigos sábios. Provérbios
20.18 cita: “Os conselhos são importantes para quem quiser fazer planos, e quem
sai a guerra precisa de orientação”. Provérbios 24.5-6 afirma: “ O homem sábio
é poderoso, e quem tem conhecimento aumenta a sua força; quem sai a guerra
precisa de orientação e com muitos conselheiros se obtém a vitória.” E
Provérbios 13.20 ensina: “Aquele que anda com os sábios será cada vez mais
sábio, mas o companheiro dos tolos acabará mal.”
De
que forma seu esposo tem sido um amigo sábio usado por Deus para tornar sua
vida mais frutífera? De que maneiras você pode ser um amigo melhor e mais sábio
para cultivar a fertilidade em sua esposa? De que modo você pode aproveitar
melhor a sabedoria de seu companheiro para tornar sua vida e sua família mais
frutíferas?
R
– RECIPROCIDADE
É
preciso apenas um cônjuge para ser amigável, mas somente o casal forma uma
amizade. Quando ambos não são amigáveis, o casamento fica marcado pelo conflito
e pela frieza. Quando um dos dois é amigável e o outro não, o casamento fica
marcado pelo egoísmo e pela infelicidade. Mas quando ambos os esposos fazem um
pacto profundo, baseado no amor de Deus para buscar sempre ser um bom amigo, o
amor e a alegria marcarão o casamento.
É
comum ouvir pessoas casadas dizerem que “estão deixando de amar” o cônjuge por
que querem seguir seus corações, buscar outros caminhos. Mas seguir o coração
não é o principal mandamento da Bíblia. Na verdade a Bíblia nos ensina a não
seguí-lo e sim devemos “guardar” o coração por que ele tende a se inclinar na
direção do egoísmo e do pecado.
De
acordo com a Bíblia, o amor não vem do coração, mas por meio dele. Isso porque
“Deus é amor”, e é apenas no relacionamento com Deus, por intermédio de Jesus
Cristo, pelo poder do Espírito Santo, que recebemos o amor divino para
compartilhar com outros. É com a presença de Deus, o Espírito Santo, em nossa
vida, que somos capazes de amar nosso casamento. Gálatas 5.22 cita: “O fruto do
Espírito é amor.” E Romanos 5.5 afirma: Deus derramou seu amor em nossos
corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu.” Mesmo quando não
nos sentimos amorosos em relação ao nosso casamento, podemos dar e receber amor
ao viver uma vida repleta do Espírito Santo.
Em
muitas passagens da Bíblia, o amor é tratado como um sentimento. No entanto, em
vez de ser um sentimento que promove a ação, geralmente é uma ação baseada na
obediência a Deus que resulta nesse sentimento pelo cônjuge. Isso explica
porque a Bíblia ordena maridos a amarem
e mulheres a amarem seus maridos em vez de ordenar que se sintam
amorosos em relação ao outro. Dando sequência a esse raciocínio, é possível
entender por que a Bíblia ordena que amemos nossos inimigos.
Na
Bíblia, o amor também é um verbo; é algo que fazemos. Como o amor de Jesus, é um
pacto e um compromisso que nos compele a
agir em nome do bem que amamos. Isso explica porque a passagem das Escrituras
mais usadas nos casamentos retrate o amor como ativo. A primeira carta de Paulo
aos Coríntios (13.4-7) diz: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja
não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses,
não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça,
mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”
O
casamento cristão consiste em reciprocidade de um amor comprometido. Esse
compromisso inclui pequenos gestos. Talvez alguns exemplos que colhemos sejam
úteis para compreender o que queremos dizer:
“Ele
faz café todos os dias, e isso significa muito para mim!”
“Ele
ora por mim e comigo, ri das minhas piadas e podemos ser bobos um com o outro!”
“Há
algum tempo tomei a decisão de ser mais saudável. Entre muitas mudanças,
restringi o consumo de refrigerantes a uma lata por semana. Todos os sábados
minha esposa sai e compra um
refrigerante para eu tomar ao fim do serviço da igreja no domingo”.
“Ela
se alegra em me ver toda a vez que chego em casa.”
“Mesmo
estando casados a tanto tempo, ele segura a minha mão quando passeamos”.
“Ela
sabe que gosto de futebol, então acompanha em silêncio e até me ajuda a
torcer”.
O
que você acrescentaria a essa lista?
I
– INTIMIDADE
Analisando
muitos casamentos, percebemos que as pessoas respondem bem a uma explicação
simples de três tipos de casamento – costas com costas, ombro a ombro e face a
face.
Um
casamento costas com costas é aquele em que ambos voltaram as costas um para o
outro. Por conta disso vivem separados e não trabalham juntos (Ombro a ombro),
nem são sinceros na amizade (face a face). Em tais casamentos os cônjuges vão
de completos estranhos a inimigos, mas nunca são amigos. Um casamento ombro a
ombro é aquele em que o casal trabalha junto em tarefas e projetos, como
sustentar o lar, cuidar dos filhos, administrar um negócio ou servir à igreja.
Um
casamento face a face é aquele em que, além do trabalho, ombro a ombro, o casal
ainda reserva uma porção de tempo face a face para conversar, trabalhar a
amizade e ser íntimo.
De
modo geral as mulheres costumam ter mais amizades que os homens e essas
amizades tendem a ser mais face a face. Isso acontece porque é comum que os
homens prefiram amizades ombro a ombro, em que realizam uma atividade com um
amigo. Quando se pede a um homem que ele reflita sobre quem ele já considerou
amigo nas diferentes fases da vida, a maioria irá se lembrar de garotos que
eram companheiros de atividades esportivas e homens com quem trabalharam juntos.
É frequente que os homens pouco saibam sobre aqueles a quem chamam de amigos,
pois realizar uma tarefa em conjunto exige tempo, o qual seria gasto em
conversas que, quando acontecem são sobre as atividades que estão exercendo em
vez de ser sobre as emoções que ambos estão compartilham.
Por
outro lado, as amizades entre mulheres tendem a ser face a face e construídas
em torno de conversas íntimas. Isso explica porque as mulheres preferem certas
atividades que não são comuns ao universo masculino, como sair para almoçar ou
tomar um café apenas para conversar e dividir sentimentos íntimos, enquanto
trocam olhares, sem a necessidade de uma atividade em comum.
Mulheres
– para ser uma boa esposa, aprenda a passar algum tempo com o seu marido
realizando alguma atividade com ele. Se estiver assistindo algum programa de
esporte, sente-se e acompanhe-o. Se ele estiver trabalhando em algum projeto,
fique por perto para ajudar ou, pelo menos, faça perguntas a respeito e seja
uma boa companhia. Se seu marido está indo pescar, pergunte se você pode ficar
com ele no barco apenas para se fazer presente no mundo dele. Para a mulher
conseguir trabalhar a amizade com seu marido é preciso passar algum tempo ombro
a ombro com ele.
Homens
– para ser um bom amigo para sua mulher, aprenda a ter conversas mais íntimas e
profundas. Abra a sua mente, conte para a sua mulher como você está se sentindo
sinceramente e pergunte a ela como está se sentindo. Ouça sem ser distraído por
alguma tarefa ou algum apetrecho (deixe o celular de lado) e concentre-se nela,
olhando-a nos olhos por longos períodos de tempo. Creia que isso é importante!
Seja sincero com relação às suas emoções e permita que ela seja sincera com
relação as emoções dela. Dê o mínimo de conselho possível e ouça mais, aprenda
a enfatizar, a consolar, a incentivar e a resistir ao chamado masculino de
encontrar um problema e tentar resolvê-lo. Nenhuma esposa gosta de se sentir um
problema a ser resolvido m vez de ser uma pessoa que deseja ser íntima. Para
ela, intimidade significa “olhar dentro de mim” o que significa que ela deseja
conhecer seu marido e ser conhecida por ele. Para um marido trabalhar a amizade
com sua esposa é preciso que ele desenvolva habilidades que permitam tratá-la
face a face.
Em
última instância, a intimidade pode ser resumida à conversação. Como diz um
antigo provérbio, “o caminho para o coração passa pelo ouvido”. Certo livro
sobre amizade sugere que há três níveis de conversação – factual, opinativa e
sentimental. A maioria das conversas que temos é sobre fatos – sobre se o clima
está quente ou frio, sobre a sensação de cansaço, sobre a vitória do seu time
ou sobre se a gasolina ficou mais cara. Conforme o relacionamento vai ficando
mais íntimo, a conversa passa de factual para opinativa. Ao fazer essa transição
nos abrimos um pouco, permitindo que o outro tenha a chance de nos conhecer de
forma mais íntima. Falamos sobre opiniões em assuntos como teologia, política e
sobre outras pessoas,. Quando o relacionamento se torna ainda mais íntimo,
começamos a compartilhar sentimentos. Nós nos tornamos vulneráveis, contando
não só sobre o que fazemos (fatos) e sobre o que acreditamos (opinião), mas
também sobre quem nos somos (sentimentos). Como disse C. S. Lewis: Eros terá
corpos nus; A amizade, personalidades nuas.”
Você
é íntimo de seu companheiro(a)? A cada dia sente que é mais íntimo? Juntos,
reflitam sobre isso para responder.
E
– ENTRETENIMENTO
Diversão.
Muitas vezes a vida não é tão divertida. Dentre os pecados que cometemos e os
que são cometidos contra nós – sem falar em satanás, demônios e maldição – o
lamento de Jeremias faz sentido: “Por que saí do ventre materno? Só para ver
dificuldades e tristezas” (Jer. 20.18)
Contudo,
uma amizade com uma esposa divertida pode fazer um mundo de diferença – alguém que
sabe como se divertir, relaxar, participar de uma aventura ou jogar tudo para o
alto em nome de uma diversão santificada. Qualquer casal que deseje sair dessa
vida de mãos dadas precisa ser um casal de amigos que se divirtam e que riam
muito ao longo de todo o caminho.
Deus
ordena que os casais ajam assim:
Portanto, vá, coma com prazer a sua
comida, e beba o seu vinho de coração alegre, pois Deus já se agradou do que
você faz.
Esteja sempre vestido com roupas de
festa, e unja sempre a sua cabeça com óleo.
Desfrute a vida com a mulher a quem
você ama, todos os dias desta vida sem sentido que Deus dá a você debaixo do
sol; todos os seus dias sem sentido! Pois essa é a sua recompensa na vida pelo
seu árduo trabalho debaixo do sol. (Eclesiastes 9.7-9)
A
ideia aqui é que a vida é curta. No texto original, em hebraico, a palavra
usada no versículo anterior é hebel. Esse
termo ocorre cerca de 38 vezes nos doze capítulos de Eclesiastes e é traduzido
de várias formas, como sem sentido (NVI),
vaidade (ARC) ou ilusão (NTLH). O modo com que essa palavra é traduzida
afeta não só o texto de Eclesiastes, mas também o próprio sentido da vida que é
o tema central deste livro. É difícil conferir um sentido exato para a palavra hebel, mas podem ser traduzidas como vapor ou hálito.
A
vida não precisa ser sem sentido, vã ou ilusória – mesmo que possa ser, quando
distante da fé e do arrependimento.
A
vida é curta. Ela é fugaz, como o hálito em uma manhã fria, quando é possível
enxergar a respiração por um instante antes de ela desaparecer. A vida se move
com rapidez. A vida de casado pode parecer durar apenas cinco dias. No primeiro
dia você conhece sua esposa; no segundo, se casa; no terceiro, cria seus
filhos; no quarto, você conhece seus netos; e no quinto dia você morre, ou
enterra sua esposa, e volta para casa sozinho pela primeira vez em muitos anos.
Deus,
em sua graça, nos deu companheiros para sermos amigos divertidos. E ele espera
que desfrutemos da diversão com nossos amigos, comendo e rindo pela glória de
Deus e para o nosso bem. Sempre haverá trabalho para fazer, mas, de vez em
quando, precisamos parar de trabalhar e louvar o Senhor por meio das amizades
que Deus nos dá. Estamos convencidos de que os casais que oram e que se
divertem juntos permanecem juntos.
Por
fim, um amigo divertido pode ajudar a rotina a se transformar em um ritual. Se
sua esposa é uma amiga agradável, de repente, uma xícara de café, uma caminhada
após o jantar, ou um passeio até o mercado podem se tornar hábitos divertidos,
repletos de significado e de oportunidades para se divertir com a amiga com
quem você é casado.
N – NECESSIDADE
No
começo havia Deus. Antes de haver encontros românticos ou advogados e
divórcios, havia Deus.
Um
Deus feliz em toda a glória, completamente unido e amoroso. Na verdade, antes
de haver qualquer coisa e qualquer pessoa, havia um Deus em três pessoas,
vivendo em união inseparável e em eterna comunhão. Então, Deus disse: “Façamos
o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. (...) “Criou Deus o home à sua imagem, à
imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Deus criou primeiro o homem,
e pela primeira vez na história foi declarado que algo não era bom, muito
embora o pecado ainda não tivesse entrado no mundo. Deus declarou: “Não é bom
que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e o corresponda.” O
homem tinha Deus acima de si e a criação diante de si, mas não tinha uma mulher
para acompanha-lo, aquela amante, amiga que iria refletir com ele o mistério da
Trindade Divina. A solução que Deus criou reside na amizade formada pelo
compromisso do casamento. Assim, a primeira amizade humana a surgir aconteceu
entre uma esposa e seu marido, o que significa que seu amigo mais próximo e
íntimo deve ser a pessoa com quem você se casou. Desse modo, ao contrário do
resto da criação que Deus fez vir à existência, a mulher foi uma criação das
mãos proverbiais de Deus, feita para o dom da amizade. É curioso que Deus tenha
feito a mulher a partir de uma costela retirada do homem. Talvez isso tenha
acontecido porque seu lugar é ao lado do homem como alguém íntimo e igual, não
à frente do homem como prega o feminismo, nem atrás dele como, como ensina o
machismo. Isso explica porque, em casamentos sólidos e saudáveis, a esposa
gosta de se aninhar perto de seu amado e se sente segura com isso.
Temos
necessidades de amizades humanas que complementem a amizade com Deus. A
resposta de Deus a tal necessidade é, primeiro, uma esposa e depois amigos
devotos do mesmo sexo. Para um homem, isso significa eliminar o estereótipo de
que “um homem de verdade” permanece sozinho contra todo mundo. Foi Deus quem
falou: “Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e
lhe corresponda.” Quem disser ao seu cônjuge: “Não preciso de você” estará
chamando Deus de mentiroso. O homem precisa de uma esposa como companheira e
amiga. A esposa tem de ser voluntariosa segundo o propósito de Deus. Quanto
maior a necessidade dele por ela e a necessidade dela em ajuda-lo forem
celebrados como bênçãos de Deus, mais rápido a união e a amizade irão florescer
dentro do casamento. Todo aquele que se considera religioso, mas diz que não
tem a menor necessidade de ter amizades humanas porque já tem Deus como amigo
está, no fim das contas, chamando Deus de mentiroso, pois é o Senhor quem diz
que também precisamos de amigos na terra.
D – DEVOÇÃO
Um
amigo devotado é aquele em quem se pode confiar nas mais variadas épocas da
vida. A Bíblia fala muito sobre essa montanha-russa. A verdadeira sabedoria
consiste em identificar a fase da vida em que uma pessoa está e responder de
maneira apropriada. Para isso é preciso humildade, discernimento e atenção. Um
amigo ruim é aquele que sempre quer estar feliz e se divertir, como se a vida
fosse uma festa sem fim; ou que está sempre triste, sóbrio e sério, como se a
vida fosse um eterno funeral. Um amigo devotado concorda com Eclesiastes 3.4,
que diz haver “tempo de chorar e tempo de rir”.
Ser
um amigo devotado requer sabedoria do Espirito Santo, associada a uma
sensibilidade emocional para com os outros. Em vez de primeiro pensar em si,
ensina Filipenses 2.3,4, como um bom amigo você precisa “humildemente
[considerar] os outros superiores a você [mesmo]. Cada um cuide, não somente dos
seus interesses, mas também dos interesses dos outros”.
Conforme
assim fazemos somo capazes de obedecer Romanos 12.15 e nos alegrar “com os que
se alegram [e chorar] com os que choram”.
O contrário de um amigo devotado é um amigo falso. O livro dos Provérbios
trata bastante das falsas amizades. Amigos falsos são o que o puritano Matthew
Henry chamou de “amigos andorinhas”, que “partem quando chega o inverno”.
Amigos falsos são os que permanecem ao lado enquanto conseguem obter algo de
nós – seja no sentido do valor que recebem quando precisamos deles no
sofrimento, seja quando aproveitam o que respinga de nós em épocas em que tudo
dá certo. Uma amizade verdadeira é algo que ambos os amigos dão e recebem em
todas as fases da vida, sem a necessidade de fazer contas sobre aquilo que é
dado e recebido. Em uma amizade falsa, uma pessoa apenas dá e a outra só
recebe. Os amigos falsos nos abandonam assim que a vida se torna complicada,
custosa ou inconveniente, ou quando já não suprimos as necessidades deles. Provérbios
18.24 cita: “Algumas amizades não duram nada, mas um verdadeiro amigo é mais
chegado que um irmão” (NTLH).
É
nas fases mais escuras da vida que Deus revela quem são nossos amigos mais
devotados. Esse amigos encaram o desafio de enfrentar nossos problemas, bem
como podemos ler em Provérbios 17:17: “O amigo ama em todos os momentos; é um
irmão na adversidade.” Alguém já disse que amigo é aquele que dá um passo
adiante, quando todos os outros dão um passo atrás. No casamento, ser um amigo
devotado em todas as fases da vida é a chave para construir a união, a
intimidade e a confiança.
Quando
você promete à Deus e à igreja dele na terra, que será leal ao sagrado
matrimônio, está se comprometendo à enfrentar todas as dificuldade que possam
aparecer e a desfrutar de todas as benesses que essa união certamente irá
render.
Com
o tempo o grau de lealdade tem crescido em sua relação?
S
– SANTIDADE
O
escritor Gary Thomas fez uma pergunta vital: “E se Deus destinasse o casamento
anos tornar mais santos do que felizes?” É impossível saber o quanto somos
egoístas e pecadores até começar a viver um casamento. Muitas vezes, a maior
parte do tempo em que namoramos é gasta em fingindo ser o que não se é. Após
algum tempo de casados nosso cônjuge começa a perceber quem de fato somos,
diferente do personagem que antes interpretávamos. O mesmo vale em relação ao
outro.
A
respeito do egoísmo e do pecado, o parceiro não consegue nos transformar
conforme descobre quem somos de verdade. Uma vez expostos, precisamos decidir
se iremos transformar a nós mesmos em favor do bem, algo que Bíblia chama de
santificação. Marido e mulher precisam
aceitar que são e estão casados com um pecador fraco e falho, que necessita de
ajuda amorosa e de muita paciência. Como pecadores, caímos em pecado e, sem
conseguir levantar e seguir em frente. É por isso que Eclesiastes 4.9,10 diz:
É melhor ter companhia do que estar
sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas . Se um cair,
o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem
o ajude a levantar-se.
O
amigo de verdade aparece quando falhamos e caímos em pecado. Aquele que correm
para ajudar – sabendo quem estão ajudando e sabem tudo o que aconteceu – são
verdadeiros amigos. Podemos alegar que somos amigos de alguém, mas, se não
corremos para ajudar quando a pessoa cai em pecado, não servimos de nada. Você
saberá que é considerado um amigo santo quando alguém cair em pecado for
honesto com você e pedir sua ajuda. Isso é particularmente verdadeiro para um
casal cujo amado terá imensa necessidade de ajuda, quanto maior tiver sido a
sua queda.
Como
amigos santificados, um casal deve falar a verdade no amor de forma terna,
humilde, graciosa e gentil para que possam crescer a ser mais semelhantes a
Jesus Cristo. É sobre esse ato de contar a verdade para sair do pecado m vez de
afundar na vergonha de que trata Provérbios 27.6: “Quem fere por amor mostra
lealdade, mas o inimigo multiplica beijos.” Uma pessoa que só faz elogios
rasgados, que nunca discorda e que evita o conflito a qualquer preço é
permissivo, não um amigo santificado.
O
amigo santificado ama a Deus e a nós o bastante a ponto de odiar o pecado e
falar a verdade sobre o que vê em nós. É por isso que Provérbios 27.9 afirma: “Perfume e incenso trazem alegria ao
coração; do conselho sincero do homem nasce uma bela amizade.”
A
palavra sinceridade significa “ser
honesto”. Isso significa que um dos deveres sagrados de um esposo, no papel
de amigo, é ser honesto com a companheira para a glória de Deus e para o bem da
pessoa. Às vezes, é preciso que se faça isso com uma reprimenda. Quando se é
sábio, tanto mais se ama o parceiro por arriscar a amizade em nome do bem
alheio. Provérbios 9.8 cita: “Repreenda o sábio, e ele o amará.”
Para
concluir, a busca sincera de um bom casamento pode rapidamente se tornar uma
tarefa hercúlea, pois há muita coisa para ser trabalhada. Nós também já
sentimos essa ansiedade: Por onde
começamos? Será que é humanamente possível trabalhar a espiritualidade, a
comunicação, os compromissos, a intimidade, as finanças, os problemas
familiares e tudo mais de uma só vez?
Mas
descobrimos que trabalhar a amizade todos os dias faz com que os aspectos do
casamento se resolvam no tempo certo. Assim, recomendamos a você que o objetivo
de sua vida, daqui em diante, seja tentar ser o melhor amigo possível para essa
pessoa que Deus colocou em sua vida. Ame mais.
Ao
longo dos anos nosso relacionamento tem gerado mais santidade em nosso viver?
Reflitam juntos e, então, respondam.